Máfia da merenda prova: honestidade tem cura

A mafia da merenda promoveu em São Paulo “uma verdadeira farra com o dinheiro público”, sustentam os delegados que investigam o descalabro. Acomodado no epicentro da folia, o tucanato se arrasta pela avenida sem um samba-enredo. Os tucanos suspeitos entoam as negaças usuais. E os dirigentes do PSDB se fingem de mortos. O silêncio potencializa o ruído segundo o qual o partido do governador Geraldo Alckmin exige honestidade sem praticá-la.

O PSDB acusa o PT de proteger corruptos. A exemplo do que fizera com o mensalão tucano de Minas e com o cartel paulista dos trens, o PT usa o roubo da merenda para afirmar que o protetor de corruptos é o PSDB. As últimas pesquisas sinalizaram que o eleitorado começa a dar razão às duas partes. O prestígio de Lula despenca. Mas nenhum tucano se tornou um presidenciável imbatível.

Noutros tempos, havia na política homens de bem e homens que se dão bem. Hoje, um olhar sobre a carceragem de Curitiba revela que há na praça uma terceira categoria: os homens que são flagrados com os bens. Ainda não há condenados em São Paulo. Mas as evidências exigem uma reação do tucanato. Nem que seja uma cara de nojo.

Por Josias de Souza

Se o assalto à Petrobras espanta pelo volume, o roubo da merenda assusta pela desfaçatez da corrupção miúda. Tirar alimento da boca das crianças é a prova que faltava: a honestidade tem cura.

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