Guilherme Uchoa pode experimentar resistência dos socialistas

Foto: João Bita/Alepe

Em busca de mais dois anos como presidente da Assembleia Legislativa do Estado, o deputado estadual Guilherme Uchoa (PDT) pode enfrentar uma inédita resistência dos aliados socialistas, depois da morte do ex-governador Eduardo Campos, prematuramente, em agosto deste ano.

Quando era governador, Eduardo Campos, em busca de uma zona de conforto, sempre deu aval às reconduções de Guilherme Uchoa na Alepe. Consta que, posteriormente, Eduardo Campos teria se arrependido da estratégia, de eternizar o aliado, usado para critica-lo no cenário nacional, nas eleições presidenciais, como um exemplo de caciquismo.

No começo de 2011, logo após as eleições de 2010, quando Eduardo Campos conquistou a reeleição, os deputados do PSB foram ao palácio pedir orientação e escutaram que deveriam votar pela permanência de Uchoa no comando do poder, já que não havia criado caso para seu primeiro governo. Não era só isto. Como juiz aposentado, Guilherme Uchoa gaba-se de ter um bom relacionamento com o Judiciário, outra área que Eduardo Campos não teve dor de cabeça quando era gestor.

A palavra de ordem, para destronar Uchoa agora, é usar e exigir o critério da proporcionalidade entre os partidos na casa, o mesmo que havia sido apresentado a Eduardo Campos lá atras e foi ignorado, na ocasião. Naquela época, o PSB já tinha obtido a eleição de 13 parlamentares. O número agora subiu para 15 deputados estaduais, enquanto o PDT de Guilherme Uchoa entrou e saiu das eleições fragmentado, com uma parte apoiando a oposição e outra apoiando Paulo Câmara.

A bancada socialista que se rebela contra Guilherme Uchoa defende que não devem apresentar um nome agora, mas insistir na ideia da proporcionalidade como requisito para a escolha, que tem voto secreto dos 49 deputados e sempre estimula traições, por não ser aberto. No entanto, os nomes mais citados são Waldemar Borges, líder do governo, além de Angelo Ferreira e Aluísio Lessa.

Os adversários de Guilherme Uchoa também dizem, na campanha interna, que o deputado estadual não representa a renovação e a Assembleia Legislativa precisa renovar. Nesta linha de raciocínio, a Assembleia Legislativa de Pernambuco precisaria pautar-se pelos anseios da sociedade e não apenas pelo interesse imediatos dos próprios parlamentares, sempre atendidos pelo pedetista.

O parecer da OAB, divulgado pelo Blog de Jamildo nesta terça-feira, afirmando que é inconstitucional as reeleições sucessivas do presidente da Alepe, acabou por dar mais entusiasmo ao grupo socialista. “Já se sabia que legalmente não podia. Uchoa deve estar treinando para responder a OAB”, afirma um socialista, em reserva.

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