Avó pagou R$ 45 mil por crime contra conselheiros tutelares em Poção

A principal linha de investigação da chacina de Poção, no Agreste de Pernambuco, foi confirmada ontem pela Polícia Civil. A oficiala de justiça Bernardete Lurdes Britto Siqueira, 52 anos, foi indiciada como mandante do assassinato de quatro pessoas – três conselheiros tutelares – na noite do dia 6 de fevereiro, no Sítio Cafundó, naquele município. Além dela, seis pessoas foram citadas no inquérito por participação no assassinato: José Vicente Ferreira Cardoso, 59, Leandro José da Silva, 25, Egon Augusto Nunes, 27, Wellington Silvestre dos Santos, 27, Orivaldo Godê de Oliveira, 49, e Ednaldo Afonso da Silva, 44. De acordo com o inquérito, eles teriam recebido R$ 45 mil da oficiala para cometer o crime.

Pocao

Os sete foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, mediante recompensa e praticado por grupo de extermínio. Além disso, responderão por tentativa de homicídio à criança de 3 anos transportada pela avó materna e pelos conselheiros tutelares, de Arcoverde, no Sertão, para Poção, no dia do crime. Somadas, as penas chegam a 210 anos de reclusão.

Segundo o delegado Erick Lessa, que conduziu a investigação, a motivação do assassinato foi o embate judicial que a família de Bernardete – avó paterna da criança – mantinha com a família da mãe pela guarda da menina. Após a morte da mãe da garota em 2012, os cuidados ficaram a cargo do pai, filho de Bernardete, mas era ela quem exercia de fato a guarda. “O crime foi planejado com muita antecedência. Bernardete chegou a alienar, no final de 2014, uma propriedade da família para conseguir recursos e pagar aos executores”, explica o delegado.

De acordo com a polícia, Bernardete teria acionado seu advogado, José Vicente Ferreira, que entrou em contato com o presidiário Leandro José da Silva. Este último teria sido o responsável por recrutar Egon, Orivaldo, Wellington e Ednaldo, os quatro teriam participado da execução. A polícia exibiu um vídeo onde Egon aparece se abanando com o dinheiro conseguido pelo assassinato. Ele teria recebido R$ 20 mil para executar os conselheiros.

Ana Rita Venâncio, (avó materna da criança), e os conselheiros tutelares de Poção, José Daniel Farias, 31, Lindenberg Vasconcelos, 53, e Carmen Lúcia da Silva, 37, foram executados com vários tiros quando voltavam para Poção após buscar a menina na casa de Bernardete Siqueira, em Arcoverde.

Do Jornal do Commercio

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