Game of Thrones: Renata Campos luta pelo trono em mapa que compara política brasileira

Dilma está no trono de ferro, ladeada por Marina Silva e Renata Campos. Foto: ilustração de Ronaldo/Jornal do Commercio.

Se o palco das disputas políticas brasileiras fosse o mundo ficcional da série Game of Thrones, a ex-primeira-dama de Pernambuco Renata Campos seria a chefe da Casa Campos, uma das famílias na disputa para assumir o Trono de Ferro, relíquia do programa de TV que é ocupada pelo senhor dos sete reinos de Westeros.

A metáfora faz parte de um mapa elaborado pela consultoria política Ahead, de São Paulo, que mostra os diversos grupos e partidos políticos brasileiros como se fossem as famílias medievais que batalham pelo poder no seriado da canal de TV a cabo HBO, usando, inclusive, magias e dragões.

No mapa, que busca aproximar os jovens fãs da série do universo da política tradicional, a presidente Dilma Rousseff (PT) ocupa o trono, mas enfrenta a oposição dos guerreiros do Vale Tucano e do exército liderado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), enquanto é ameaçada por ordas de caminhantes públicos, como são representados os protestos pedindo impeachment em todo o País. CLIQUE PARA VER O MAPA

O vice-presidente Michel Temer (PMDB), que recentemente assumiu a articulação política do governo, é descrito como a “mão do rei”, uma espécie de primeiro-ministro no seriado.

Nesse cenário, a Casa Campos reúne políticos vindos das terras áridas do Norte e tem o governador Paulo Câmara (PSB), o prefeito Geraldo Julio (PSB) e a ministra do TCU Ana Arraes como seus principais combatentes. O grupo também tem influência sob políticos como a senadora Marta Suplicy, que vai deixar o PT para se filiar ao PSB, e possui um histórico de alianças com a Casa Marina, com quem se uniu na última batalha pelo trono.

“Devido aos golpes sofridos na última guerra e à súbita perda de seu líder, a Casa Campos tenta se reorganizar e encontrar um novo sucessor”, descreve o mapa. “Embora devastadas e divididas, as terras Verão do Norte ainda têm vários senhores influentes e podem voltar a reunir suas forças a tempo para a próxima grande Guerra das Casas”, completa.

“Não dá para se descartar a capilaridade política construída ao longo de muitos anos pelo Eduardo Campos depois da morte dele. Então, a gente usa a Renata, simbolizando a Casa Campos, para mostrar a influência que esse grupo ainda tem na política brasileira”, explica Gabriel Arantes Cecílio, diretor executivo da consultoria. Ele e o sócio Arnaldo Azevedo idealizaram o projeto.

Ele conta que desde 2013, quando foi feito o primeiro mapa inspirado na série, o interesse das pessoas por política aumentou, mas a discussão ainda precisa ser mais aprofundada. “Nada melhor que Game of Thrones, um seriado que tem muita trama política, para entregar para um público que normalmente não teria interesse em ler sobre o assunto e fazer essas ligações”, defende.

Gabriel acredita que existem semelhanças entre a crise política vivida na série após a morte do personagem Tywin Lanninster, que conduzia o reino, e o início do segundo governo Dilma. “Nessa temporada nova, a coisa muda um pouco. Com a morte de Tywin, você vai ter uma corrida de novas alianças para tentar ao máximo alcançar o poder. E a gente vê isso acontecendo na política brasileira. O governo tentando se estabelecer, a oposição buscando encontrar um caminho”, justifica.

No mapa de 2013, o núcleo liderado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos era chamado de “Casa Arraes” e incluía outros políticos pernambucanos como Fernando Bezerra Coelho (PSB) e Jarbas Vasconcelos (PMDB), que não foram citados agora. Paulo Câmara ainda não aparecia no esquema e o grupo da ex-senadora Marina Silva ficava do outro lado do tabuleiro.

Na edição atual, a Casa do ex-presidente José Sarney, aposentado da política, passou a ser liderada pelo atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Outros dois grupos foram criados para representar melhor o contexto do poder atual: o de Eduardo Cunha e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que foi reeleito e pode disputar a presidência em 2018. O número de possíveis relações entre os políticos também foi ampliado de três para nove, para representar melhor apoios circunstanciais e disputas internas nos partidos.

Do Jornal do Commercio

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