Após 10 anos, como estará a transposição do São Francisco no guia de 2018?

As obras de transposição das águas do Rio São Francisco escaparam dos cortes, não da consolidação de uma nova estimativa de entrega, primeiro semestre de 2017. Se desta vez não houver mais atrasos, ela só estará pronta 10 anos após o seu início. Lá em 2007, a previsão era de que a água beneficiasse 12 milhões de pessoas a partir de 2010.

Injetar dinheiro na transposição é pouco. Nos últimos anos, sem problemas de caixa, ela avançou 5% ao ano, às vezes mais, às vezes menos. Essa instabilidade implica em demitir ou contratar milhares de pessoas, um desgaste para a presidente Dilma Rousseff (PT) no interior.

A obra virou a bandeira política do Nordeste no segundo mandato do ex-presidente Lula. E ainda foi a plataforma eleitoral na região para a então ministra Dilma, a “mãe do PAC”. Em 2009 houve até uma “caravana da transposição”, na prática uma série de comícios em cidades seguindo o rio, a ponto de o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acusar a movimentação de “vale-tudo eleitoral”.

Na campanha de 2014 não houve caravana. Mas Dilma e Lula foram lá com uma equipe de vídeo gravar o que seria o início da “primeira fase” da transposição. O governo divulgou em seus canais em redes sociais um vídeo, no dia 24 de outubro, em pleno segundo turno, mostrando os testes da obra. E a equipe de Dilma passou imagens no guia: a água corria nos imensos canais animaram militantes. Porém era só aquilo ali, um guia.

Resta esperar. Quem sabe como a obra vai estar na campanha de 2018: pronta ou ainda só uma promessa?

Coluna Pinga-Fogo

Deixe um comentário