Suprema Corte dos EUA reconhece legalidade do casamento homossexual em nível nacional

A Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou nesta sexta-feira o casamento homossexual em todos os estados do país, uma das decisões mais esperadas nas últimas décadas que provocou cenas de júbilo por todo o país.

Nesta decisão histórica, o máximo tribunal do país decidiu, com cinco votos a favor e quatro contra, que a Constituição americana exige que os estados realizem e reconheçam o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.

O presidente Barack Obama comemorou a decisão e considerou que ela representa uma vitória para os Estados Unidos.

“É a vitória para aliados e amigos que dedicaram anos, em alguns casos décadas, trabalhando e rezando para que a mudança chegasse”, disse Obama.

“Esta decisão é uma vitória para os Estados Unidos”, enfatizou.

“Hoje é um grande passo em nossa marcha em direção à igualdade. Os casais gays e lésbicas agora têm o direito de se casar, como qualquer outro”, escreveu Obama em sua conta no Twitter, enquanto a Casa Branca trocou seu avatar online pelas cores do arco-íris do movimento dos direitos dos homossexuais.

Nos arredores do edifício da Corte em Washington, uma multidão celebrou a decisão com gritos e ondeando a bandeira do arco-íris.

Em meio à multidão, destacava-se Jim Obergefell, principal responsável pelo caso analisado pela Suprema Corte e que exibia um retrato de seu parceiro, John Arthur, falecido em 2013.

Obergefell e Arthur, que já estava gravemente doente, casaram-se em Baltimore, Maryland, no início de 2013, mas nunca conseguiram que o casamento fosse reconhecido pelo estado de Ohio, onde viviam.

Durante o dia, Obama telefonou a Obergefell para felicitá-lo por sua persistência.

“Você foi um grande exemplo por ter promovido uma mudança duradoura neste país. Isso é raro, de modo que eu não poderia estar mais orgulhoso de você e seu marido”, disse Obama a Obergefell.

Opiniões contrárias

Dois anos depois de decretar que o casamento não era exclusivo dos casais heterossexuais, a Suprema Corte considerou que “a 14ª Emenda (da Constituição) exige que um estado celebre o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo e reconheça um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo se ele foi celebrado em outra jurisdição”.

O caso foi levado por 14 casais homossexuais que haviam desafiado a proibição ao casamento gay em Michigan, Kentucky, Ohio e Tennessee.

Todos os quatro estados haviam insistido em suas respectivas constituições em que o casamento só poderia ser a união entre um homem e uma mulher.

O casamento tem sido uma instituição central na sociedade desde os tempos antigos, afirmou o tribunal, “mas ele não está isolado das evoluções no direito e na sociedade”.

Ao excluir casais do mesmo sexo do casamento, explicou, nega-se a eles “a constelação de benefícios que os estados relacionaram ao casamento”.

O tribunal acrescentou: “O casamento encarna um amor que pode perdurar até mesmo após a morte”.

“Estaria equivocado dizer que estes homens e mulheres desrespeitam a ideia de casamento… Eles pedem direitos iguais aos olhos da lei. A Constituição lhes concede este direito”, ressaltou.

No entanto, o secretário de Justiça do Texas, Ken Paxton, sustentou em uma nota que a nova batalha que começa será pela “liberdade religiosa”.

“Nenhuma corte, nenhuma lei, nenhuma decisão judicial mudará o simples fato de que o casamento é a união de um homem e uma mulher”, expressou Paxton.

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