Escreve, Leitor! – Estudando Sertânia

Por Valk De Morais

Durante os dezesseis anos que a Frente Popular governou Sertânia, a então oposição e hoje situação, culpavam as gestões do PSB por Sertânia não crescer na proporção de Monteiro e Arcoverde, sempre jogavam para a plateia comparações, acusações e um conjunto de promessas vazias, sem nenhum estudo técnico, com dados legítimos que retratassem os desafios do município, sobre tudo do ponto de vista geográfico e econômico.

A partir de 2013 a gestão municipal mudou, e junto com a mudança os discursos dos que hoje governa tomaram outro formato, na ótica deles, a culpa pelo não crescimento atual não é mais da gestão municipal, e sim, do governo do estado, como se este, fosse também governo municipal, querem justificar o fracasso da gestão atual  alegando que Sertânia só irá crescer se torna-se cidade polo, esquecem que quando faziam oposição não consideravam essa hipótese, exigiam-nos a mesma proporção de crescimento dessas cidades.

A evolução do município em percentuais maiores deve ser discutida de forma institucional com realismo e visão clara do presente e do futuro, não deve de forma alguma ser usado o sonho de cidade polo como justificativa da precária situação dos serviços básicos do município na atualidade, não ser cidade polo não deve ser sinônimo de falta de eficiência administrativa. Dentro de nossas limitações Sertânia vinha crescendo, mas estagnou no tempo a partir de 2013 e até retrocedeu em vários aspectos.

Para compreendermos a Sertânia de hoje faz-se necessário voltarmos a décadas passadas, quando Pernambuco e o Brasil vivia o ciclo do algodão, e consequentemente à ascensão da indústria têxtil, Sertânia acompanhava esse ciclo econômico, pela alta produção do algodão absolvida por fábricas aqui instaladas como a Aguil  e a Teguisa e outras anteriores que além do próprio algodão transformava seu caroço em outros derivados, exportando-os para demais regiões do pais e para o exterior.

Nos anos seguintes com o decréscimo da cotonicultura e com a paralisação da rede ferroviária que trilhava o centro de nossa cidade para escoar a produção pelo trem de carga, Sertânia passou a diminuir seu potencial econômico, a rota do desenvolvimento que percorria Sertânia atravésdos trilhos foi substituída por outros meios de transporte de pessoas, bens e mercadorias pela BR232 que por si só excluiu Sertânia geográfica e economicamente de um período áureo de nossa história.

A construção da BR 232 tem sua importância para o estado, mas seria útil a Sertânia se tivesse seguido pelo menos em parte o percurso da linha do trem, adentrando no município na mesma proporção. Com esse feito, Sertânia ficou excluída do eixo do estado, impossibilitada de se projetar e se reinventar para o novo tempo, já sem hegemonia e pujança econômica.

 Destaque-se que, essa organização administrativa por parte do estado em microrregiões, regiões metropolitanas e cidades polo, tem o objetivo de centralizar órgãos, empresas e serviços estaduais e federais para que possam atender as demais cidades próximas, visto que, é impossível investir na mesma proporção em todas as cidades.

Partindo dessa realidade, transformar Sertânia em cidade polo, não tem nexo com o real objetivo do estado, que é transformar a nossa região através do polo regional de Arcoverde que fica apenas a 57km de Sertânia e tem sua localização privilegiada, ficando mais próxima de quase todas as cidades do moxotó, tornando dessa forma inviável qualquer projeto de elevar Sertânia a essa categoria.

Diante desses fatos, devemos olhar para o passado, não só como registro histórico, mas principalmente, como objeto de estudo para projetarmos o futuro que se mostra esperançoso, com a conclusão da transposição do rio são Francisco, onde, além de acabar com a sede, será útil na agricultura e instalações de empresas e micro empresas, que por mais simples que sejam, consomem um quantitativo significativo de água. Também aparece como uma luz, a conclusão da transnordestina, assim como, a conclusão do contorno rodoviárioque, mais uma vez poderãoescoar algo produzido em nossa cidade de Sertânia. Com esses feitos, pode o poder público, pensar em fortalecer os vários seguimentos do comércio, da indústria, da agricultura e da Capri ovinocultura, talvez até com incentivos fiscais para dar início ao grande sonho de transformar o município num verdadeiro centro de desenvolvimento.

Este post tem 2 comentários

  1. Vitória

    cade zeca calvacante que teve mais voto do que Gonzaga patriota em sertania o povo só ver Ângelo tenha santa paciência

  2. kalderon torres

    Boa Noite,

    creio que não ha salvação a medio prazo para Sertânia quanto crescimento.

    O que podemos esperar são melhorias nos serviços. Mas, para isso é necessário união entre os grupos políticos existente na cidade.

    E não é difícil, quando foi do interesse, assim o fizeram, Ângelo (Prefeito) “Junhao”( vice-prefeito).

    Apos estruturar os serviços pode-se pensar em crescer.

    Quanto a cidade da caprinoovinocultura é passado, assim como o ciclo-do-algodão, estampado e que orgulhou o criador da bandeira dessa cidade.

    Pensem em eleger um deputado federal de Sertânia o próprio Ângelo, façam um deputado estadual, unam-se em beneficio da população. Um força politica local trará mais cacife para solicitação de repasse. Assim ocorreu com Serra Talhada,Arcoverde, Caruaru, não que Sertânia chegue a esse tipo de cidade, mas melhore e muito. Petrolina esquecida agora já aparece nos livros de geografia como polo sustentador da economia pernambucana.Tudo depois da disputa polariza de poder, hoje apenas permutam no executivo.

    Essa disputa politica polarizou o município, historicamente, de forma que a população não mais sofre, se adapta a cada ciclo politico. Conformado com a situação preferem colocar a culpa na atual gestão sempre dizendo que o outro era melhor. Relato esse, maneira de se conformar diante da situação.

    Pensem em se estruturar, dai naturalmente virá investimentos. Não como imaginamos, e nem devemos comparar essa cidade com aquela. São verdades distintas, historia distintas e como o relato acima localização geográfica diferenciada.

    Educação, Saúde e Lazer.

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