A revista norte-americana “Foreign Policy”, especializada em assuntos internacionais, incluiu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como um dos 100 “pensadores globais” de 2015, numa lista de personalidades do mundo que se destacaram por terem “gerado ideias que poderiam prometer à humanidade um futuro melhor”.

Janot entrou na categoria de pessoas “desafiadoras”, prestigiadas pela revista por enfrentar “causas assustadoras” em prol de uma “efetiva mudança”. Em seu perfil na publicação, o chefe do Ministério Público é descrito como responsável pela condução das investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, “abalada por um escândalo de quase US$ 3 bilhões de propina”, nas palavras da revista.

A “Foreign Policy” também destaca que, “com base em mais de 30 anos de experiência”, Janot foi “destemidamente atrás daqueles do círculo íntimo da presidente [Dilma Rousseff]”. Em um dos trechos da reportagem de apresentação de Janot, a revista diz que ele mostrou “esqueletos no armário” do Brasil.

O texto menciona a prisão de um tesoureiro do PT, a investigação de cinco parlamentares petistas, incluindo uma ex-chefe da Casa Civil, dentro de 117 indiciamentos. Entre os investigados da Lava Jato está o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e a senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR).

A revista também atribui a Janot o afastamento de uma presidente da Petrobras e de cinco ex-diretores da petroleira, classificada como “estatal gigante do petróleo” e pedra-angular da economia do Brasil”.

“Esse é, possivelmente, só o começo. Em março, o Supremo Tribunal aprovou o pedido de Janot para investigar 12 senadores, 22 deputados e um punhado de ex-políticos”, completa.

Em setembro deste ano, Janot foi reconduzido para mais dois anos de mandato no comando do Ministério Público Federal após ser sabatinado pelo Senado. Procurador mais votado na eleição interna do MPF, ele havia sido indicado para o comando da PGR pela presidente Dilma Rousseff.

Além de Janot, a lista da “Foreign Policy” também escolheu o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis entre os 100 pensadores globais, na categoria inovadores. Ele é apontado como um dos autores de importantes descobertas sobre o cérebro.

A publicação cita o trabalho de Nicolelis em sincronizar atividades cerebrais de macacos com um braço mecânico na Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Para a revista, a experiência poderia ser eventualmente usada para ajudar na recuperação de pacientes em fisioterapia.