PT negocia trocar apoio a Paulo por aliança com PSB em Minas Gerais

O PT e o PSB costuram um entendimento para que os petistas apoiem a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB), em troca do apoio socialista ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); inclusive para batalhar contra o pedido de impeachment que tramita na Assembleia mineira. O tema foi debatido durante um jantar em Brasília entre Paulo; o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB); o presidente do PSB, Carlos Siqueira; a presidente do PT, Gleisi Hoffmann; e o deputado federal Paulo Teixeira.

O acordo prevê que o senador Humberto Costa (PT) dispute a reeleição na chapa de Paulo. Quando o martelo for batido, o PT Nacional deve chamar a vereadora do Recife e pré-candidata ao governo Marília Arraes (PT) e oferecer estrutura para que ela dispute a Câmara Federal. O movimento deve ser selado amanhã quando Pimentel desembarca no Recife para uma agenda com Paulo contra a privatização da Eletrobras.

“Nós computamos dez estados em que PT e PSB têm interesses próximos, juntos, concomitantes. Tanto estados em que o PSB pode nos apoiar, quanto que o PT pode apoiar o PSB. A gente começou a abrir essa discussão. E agora nós vamos sentar com esses estados para ter um mapeamento completo das forças. Isso fortalece o campo da esquerda”, afirmou Gleisi, em entrevista à Rádio Arapuan, de João Pessoa.

O PT ainda faz movimentos para tentar conquistar o apoio do PSB à candidatura presidencial. No PSB, porém, o sentimento majoritário é de marchar com o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT).

“Todos os partidos nesse campo de centro-esquerda que tem candidato têm interesse no apoio do PSB. Inclusive o PT. O que nós fizemos foi identificar interesses recíprocos em vários estados. Em alguns o PT nos apoiará. Em outros, nós apoiaremos o PT”, explicou Carlos Siqueira. O presidente nacional do PSB admitiu que uma aliança em Pernambuco foi discutida, mas evitou confirmar que o acordo foi fechado.

Ciro

Em um sinal de que o PSB busca aproximação com Ciro Gomes, Siqueira e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, terão encontros semanais para tratar das eleições. “Estou muito confiante na possibilidade dessa aliança. Tem questões dos palanques regionais que nós precisamos administrar”, contou Lupi. PSB e PDT se enfrentam no Amapá.

“A gente tem que ter um espírito aliancista. O partido delimitou essa aliança no campo da centro-esquerda. E dentro das candidaturas que estão postas, a gente tem uma facilidade de diálogo com Ciro Gomes. O que não quer dizer que não possa ter um entendimento com as outras candidaturas”, explicou o deputado federal Tadeu Alencar (PSB).

Segundo o ex-governador do Espírito Santo Renato Casagrande (PSB), os socialista tiveram conversas com Gleisi, Lupi e com a deputada Renata Abreu, presidente do Podemos, que tem o senador Álvaro Dias como presidenciável. “O que vai orientar o PSB é aquele candidato que tem identidade com o programa do PSB e aquele partido que tem mais a colaborar nas alianças regionais”, adiantou.

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