Mais dois reajustes vão chegar na sua conta de energia

O consumidor ainda nem digeriu o aumento da conta de luz de janeiro e março vai chegar com mais dois reajustes na tarifa. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o aumento do preço da bandeira vermelha que será de R$ 5,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha é um mecanismo que repassa a alta do preço da energia para o consumidor já no mês seguinte. Ela começou a ser cobrada em janeiro último, gerando um adicional de R$ 3 para cada 100 kWh consumidos. Além da bandeira, a Aneel definiu um percentual que será cobrado sobre a conta de todos os brasileiros, de acordo com a distribuidora. No caso dos pernambucanos, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) vai aplicar um reajuste médio de 2,2% na conta de todos os seus clientes.

Esse segundo aumento foi chamado de Revisão Tarifária Extraordinária (RTE). Ambos os reajustes (o da bandeira e o da RTE) passam a valer a partir da segunda-feira. E, no dia 29 de abril, entrará em vigor o reajuste anual da Celpe. O percentual da RTE da Celpe foi o menor entre as 58 concessionárias que vão aplicar a RTE. O maior foi o da distribuidora AES Sul que ficou em 39,5% e será cobrado dos consumidores do Centro-Oeste do Rio Grande do Sul.

O aumento da bandeira vermelha ocorreu porque o custo da produção da energia está alto e as hidrelétricas – que são as que produzem a energia mais barata – estão com pouca água nos reservatórios. Já o aumento da RTE foi realizado para bancar basicamente duas despesas da conta de energia, segundo a Aneel. São elas: a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um encargo cobrado para compensar a energia produzida pelas térmicas e a energia produzida por Itaipu.

A conta da CDE saiu de R$ 1,7 bilhão em 2014 para R$ 22,06 bilhões em 2015, enquanto a energia produzida por Itaipu teve um reajuste de 46% este ano. A produção de Itaipu chega a representar 20% do total vendido pelas distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

As distribuidoras do Nordeste, como a Celpe, tiveram percentuais de RTE mais baixos porque não são obrigadas a comprar a energia de Itaipu e têm uma quota menor da CDE no cálculo das suas tarifas. A quota da CDE cobrada nos Estados do Sudeste é 4,5 vezes maior do que a cobrada aos consumidores nordestinos.

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