Professores mantêm greve

Assembleia reuniu mais de 2 mil professores no Clube Português. Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem.

Após mais de quatro horas de assembleia, nesta segunda-feira (27), os professores da rede estadual de ensino de Pernambuco decidiram pela permanência da greve da categoria, decretada no dia 10 de abril.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), o movimento grevista está mantido, pois todas as negociações feitas com o Governo do Estado foram “improdutivas”.

Os docentes saíram da assembleia com um cronograma de mobilizações para esta semana. Por meio de sua assessoria de comunicação, o Sintepe informou ainda que estão marcados outros atos de protestos nos próximos dias. A primeira inclui um protesto na fábrica da Jeep, em Goiana, durante a inauguração da montadora. Participam do evento o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e a presidente Dilma Rousseff (PT).

A diretoria do Sintepe ainda participa de uma reunião com representantes da secretaria de Administração do governo estadual nesta terça.

Professores mantém calendário de paralisação. Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem.

Para a quarta-feira (29), o Sintepe organiza um ato em frente ao Centro de Convenções, em Olinda, onde o governador participa de um seminário do programa “Todos por Pernambuco”. Já na quinta-feira (30), a categoria realiza uma nova assembleia da categoria em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), para voltar a discutir os rumos da greve.

No dia 1° de maio, o sindicato participa doa atos nacionais convocados por centrais sindicais, que marcam o dia do trabalho.

A assembleia dos professores aconteceu no Clube Português, no bairro das Graças, Zona Oeste do Recife. Cerca de duas mil pessoas lotaram o local durante os debates sobre os rumos da greve. As falas de professores, deputados estaduais, movimentos estudantis e demais sindicatos ligados ao setor de educação demonstravam total apoio pela manutenção da greve.

RELEMBRE – Os profissionais deflagraram a greve em 10 de abril. Eles reivindicam a extensão do reajuste de 13,01%, previsto pelo piso nacional do magistério, para toda a categoria. Lei aprovada pelos deputados estaduais concede o aumento apenas aos professores com nível médio.

O governo aprovou na Alepe reajuste apenas para os professores com nível médio, o antigo magistério, e 0,89% de aumento para os profissionais com licenciatura plena e 10 anos de serviço.

Nos primeiros dias da paralisação, o governador Paulo Câmara determinou o corte do ponto dos profissionais que aderissem ao movimento grevista. Além disso, a portaria publicada sobre essa questão também previa a recisão de contratos temporários e a troca de postos de trabalho dos professores de escolas de referência que participem da greve.

A postura do governador gerou ainda mais protestos da categoria e de boa parte de alunos, que passaram a acompanhar os atos do Sintepe, demonstrando seu apoio aos professores.

Em nota, a Secretaria de Administração diz que foram contabilizadas 37.688 faltas, até o último dia 20, número que será descontado da folha de pagamento dos grevistas, em cumprimento à Portaria Conjunta SAD/SEE n° 15.465 de 08 de abril de 2015.

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