Em Pernambuco, 189.362 pessoas receberam pelo menos uma dose de vacina contra Covid-19. Isso corresponde a menos da metade (48,1%) das 393.360 unidades que chegaram ao Estado, desde o início da campanha (18 de janeiro). Esse número não inclui a remessa recebida neste domingo (07), pois os municípios ainda não começaram a aplicá-las. A previsão é que as vacinas desse novo lote estejam disponíveis para todas as cidades pernambucanas até o meio-dia desta segunda-feira (08).
Para os especialistas, associada às poucas doses de vacinas contra a Covid-19 disponíveis, a falta de celeridade para a aplicação das mesmas é um ponto que preocupa neste momento em que se vivencia uma alta da pandemia em meio à expansão das variantes do novo coronavírus. Segundo pesquisadores, entre os entraves nesta campanha de imunização, está a burocratização para a população ter acesso à aplicação da vacina. “O princípio do acesso universal à saúde (base do SUS) está sendo infringido. Era para o processo ser menos complicado, e as pessoas serem aceitas para receber a dose independentemente do meio que as fez levar a uma sala de vacinação”, diz a epidemiologista Ana Brito, pesquisadora da Fiocruz Pernambuco.
Na última semana, a Rede Solidária em Defesa da Vida em Pernambuco posicionou-se sobre a obrigatoriedade do agendamento em aplicativo para idosos a partir de 85 anos. “Trata-se de uma população relativamente pequena e, em parte dela, isso tem gerado transtornos provocados pela dificuldade de acesso à internet, de manejo do aplicativo e pela ida a pontos de vacinação. Esse deslocamento se dá muitas vezes utilizando o transporte coletivo, expondo o idoso a riscos. Esse grupo tem o direito a ser vacinado em casa e com prioridade para aqueles que vivem nas periferias e em situação de maior vulnerabilidade social, indo além dos acamados”, destaca o manifesto.