Em Pernambuco, DEM perderia força em fusão com o PTB

Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara

Faz oito anos que o Democratas (DEM) deixou para trás a denominação de Partido da Frente Liberal (PFL) para a atual nomenclatura. Nesse período, o partido enfrentou baixas de filiados, aprendeu a ser oposição e conviveu com o fantasma de desidratar a ponto de existir apenas na memória política. Um dos caminhos traçados para que a sigla não saia de cena por completo é a fusão com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). As negociações nesse sentido ocorrem em Brasília, mas a união pode esbarrar devido aos múltiplos cenários existentes nos Estados brasileiros.

Pernambuco é um dos locais que podem se tornar um obstáculo à aliança. A equação para unir o deputado federal e presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, um dos principais críticos da gestão Dilma Rousseff (PT), e o petebista Armando Monteiro, alçado este ano ao posto de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por si só já seria complexa.

Um analista da cena política local, que preferiu não se identificar, afirma que dificilmente Mendonça e Armando ocupariam o mesmo espaço e que sobraria para o democrata migrar de partido. A leitura é de que nacionalmente e estadualmente, o PTB tem mais poder de barganha. Os petebistas pernambucanos contam com quatro deputados federais, seis estaduais, um senador e um ministro. Já a força do DEM no Estado se concentra no próprio Mendonça e na deputada estadual Priscila Krause.

Amanhã, a Executiva do DEM nacional se reunirá em Brasília para tratar do assunto e o evento terá a participação dos dois principais nomes do partido em Pernambuco. Mendonça Filho e Priscila Krause estão confirmados no evento. Eles acompanham atentamente as conversas relativas à fusão, mas são céticos quanto ao encaminhamento dessa aliança.

Mendonça enxerga pontos em comum do DEM com o PTB, mas aponta um dos obstáculos regionais para a fusão. “Sou oposição ao governo Dilma e o PTB tem um ministro. Armando concorreu contra Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco e integro a base da administração estadual. Não abro mão do meu papel”, destaca.

Priscila reforça as diferenças entre o DEM e o PTB. “A fusão com outro partido, a depender dos termos, pode fortalecer o Democratas ou simplesmente deixá-lo desaparecer do mapa político brasileiro. Se admitirmos uma fusão com um partido que se mantenha alinhado ao governo federal, jogaríamos fora o nosso principal patrimônio que é fazer oposição ao que aí está. Iríamos de encontro ao que o nosso eleitorado deseja. É preciso que os termos de uma fusão sejam claros e sublinhem especialmente essa condição política independência do Planalto. Não dá pra abrir mão de princípios”, atesto

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