Polícia detalha denúncias de estupro contra Padre Airton

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) divulgou em coletiva, na tarde desta quarta-feira (26), detalhes da acusação de crimes de natureza sexual do padre Airton Freire criador da Fundação Terra.

De acordo com a polícia, além do religioso, mais três pessoas foram indiciadas, sendo Jailson Leonardo da Silva, que exercia a função de motorista do padre e Landelino Rodrigues da Costa Filho, que trabalhava pelo menos há oito anos na comunicação e era responsável pela filmagem e gravação das missas e dos eventos. Não se sabe a participação dele nos crimes. Ambos estão foragidos. 

O terceiro indiciado foi um outro homem, de identidade não revelada, mas que trabalhava também como motorista e que, segundo a PC, deu falso testemunho, mas não teve a prisão decretada. 

Dois, dos cinco inquéritos já foram concluídos, sendo o primeiro o da personal stylist, Silvia Tavares e o segundo de uma mulher que não teve dados divulgados. Ainda de acordo com a polícia, existem novas denúncias, dentro e fora do estado, que podem se tornar novos inquéritos. Pensando nisso, o número (81) 9.9488-7082 foi disponibilizado para receber novas denúncias e depoimentos que possam ajudar nas investigações. 

“A partir da notoriedade que foi dada pela própria vítima do primeiro caso na imprensa, outras vítimas quebraram o silêncio e procuraram a delegacia. Então por isso é bem importante a gente divulgar com vocês um número exclusivo para as denúncias relacionadas a esse caso”, informou a delegada Fabiana Leandro, diretora do Departamento da Mulher. 

Estão à frente das investigações a delegada Andreza Gregório, titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Afogados da Ingazeira; a delegada Fabiana Leandro, gestora do Departamento da Mulher e a delegada Morgana Alves, gestora interina da Diresp – Diretoria Integrada Especializada. “Essa é uma resposta que a gente tanto devia à sociedade”, afirmou a delegada Morgana Alves. 

“Não há nenhum indicativo de que estão inventando, fantasiando algo sobre um homem que, pelas vítimas, era tido como um homem santo”, contou Andreza Gregório. “Queremos deixar as portas abertas para que caso haja outras vítimas, seja em Pernambuco ou em outro estado, elas tenham a confiança de nos relatar as situações que possam ter sofrido”, acrescentou. 

Padre Airton Freire, de 67 anos, foi preso preventivamente no dia 14 deste mês após cinco denúncias de estupro. Ele estava recluso em Arcoverde desde que a personal stylist, Silvia Tavares de Souza, o acusou de participar de um estupro sobre o qual ela denunciou ter sido vítima, em agosto de 2022.

DEFESA

Após a coletiva, a defesa do padre Airton formada pelos advogados Mariana Carvalho e Marcelo Leal, emitiu uma nota falando que “existem provas técnicas e testemunhais, no âmbito dos inquéritos concluídos, que atestam que o padre Airton é inocente”, mas que de acordo com os advogados, essas provas ainda não podem ser reveladas porque correm em segredo de justiça.  

A nota afirma também que “a Polícia Civil não se pronunciou sobre a tentativa de extorsão praticada por uma das supostas vítimas contra o padre Airton” e concluiu dizendo que “a prisão preventiva do padre fere a legislação brasileira e o direito internacional pelos fatos já expostos à imprensa: o religioso nunca tentou impedir as investigações, não coagiu testemunhas,  nunca representou ameaça de cometimento de crimes e se apresentou espontaneamente à Justiça.”