Em tempos de dificuldade econômica, os municípios procuram formas de economizar. Na criatividade, a saída encontrada por algumas prefeituras tem sido as usinas de asfalto. Demanda comum, a pavimentação de ruas e praças, especialmente no interior, costuma ser feita por meio de implantação de paralelepípedos, que custa em torno de R$ 60 por metro quadrado. Com as usinas próprias, as prefeituras conseguem fazer com que o metro quadrado para calçamento das vias custe metade ou um terço do preço.
Em Pernambuco, pelo menos cinco municípios já aderiram à iniciativa de produzir seu próprio asfalto – também utilizado na criação de lombadas e manutenção de buracos e canteiros: Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Belo Jardim e São Bento do Una.
Afogados da Ingazeira adquiriu os equipamentos necessários à implantação da unidade em 2013. Na época, o empreendimento consumiu um investimento inicial de R$ 120 mil. Desde então, outros R$ 400 mil foram gastos para a pavimentação de 23 ruas, o equivalente a 18 mil metros quadrados. A prefeitura estima que a economia tenha sido de pouco menos de R$ 800 mil em relação ao valor que teria custado o calçamento das vias por paralelepípedo.
Para poder operar o maquinário, servidores municipais lotados na Secretaria de Infraestrutura da cidade receberam treinamento adequado. “É barato, rápido e fica bem feito”, afirmou o prefeito José Patriota. Segundo ele, com um custo de manutenção mensal de aproximadamente R$ 6 mil, a usina vem atraindo a atenção de prefeitos da região, que têm agendado visitas ao local do empreendimento.
E foi justamente através de uma dessas visistas que o prefeito de Belo Jardim, João Mendonça, resolveu fazer o investimento de R$ 320 mil na implantação da unidade local. Comprados no início de 2015, os equipamentos da fábrica foram usados para asfaltar dez ruas, equivalente a 20 mil metros quadrados. Se fossem construídas hoje pela usina, essas ruas custariam R$ 408 mil aos cofres municipais. Isso representa R$ 870,8 mil a menos que o valor que seria desembolsado caso a prefeitura pagasse para a construção das vias com paralelepípedos.
A prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida, também conheceu a usina de asfalto de Afogados da Ingazeira e decidiu fazer o investimento. Com a aquisição do maquinário e a instalação – que está prevista para segunda-feira -, a prefeitura desembolsou R$ 350 mil. A expectativa é de que a usina já comece a funcionar nos próximos dois meses.
Saiba mais
Custo por metro quadrado
Paralelepípedo – R$ 63,94
Asfalto – R$ 20,40
Asfalto quente – R$ 30,00
Tempo médio para que o tráfego seja liberado após a pavimentação:
Paralelepípedo – 30 dias
Asfalto – 7 dias
Asfalto quente – dia seguinte